A história de Iguatu, no Ceará, começa com uma aldeia de índios Quixelôs que colaboraram com os colonizadores. O nome atual da cidade vem da língua indígena e significa "água boa" ou
A região foi inicialmente chamada de "Lagoa da serra do Quixelô". A primeira sesmaria foi concedida em 1707 a Manoel do Monte e Jorge Mendes de Guimarães. A cidade foi inicialmente chamada de Telha. A cidade passou por diversas denominações, como Sitio Telha, Capela da Telha, Matriz da Telha, Povoação da Telha e Missão da Telha. Em 1883, a cidade passou a se chamar Iguatu. O topônimo Iguatu vem da língua ig ou i (água) e catu (bom, boa) significado rio bom ou água boa. É uma alusão a grande lagoa, a maior do estado do Ceará, situada na parte leste da cidade.
A localidade anteriormente abrigava uma aldeia de indígenas Quixelôs. A região era conhecida pelo nome de Telha, fazendo menção a uma grande lagoa de mesmo nome dos arredores, quando os jesuítas chegaram à região a partir de 1707. Depois de lutas de resistências por parte dos indígenas e rendição destes, estes colaboravam com os colonizadores.
Em 1831,o povoado da Telha já se tornara tão grande e próspero que foi elevado a freguesia e sua elevação à categoria de Vila ocorreu na forma de Lei nº 553, de 27 de novembro de 1851, quando foi desmembrada do município de Icó e instalada a 25 de janeiro de 1853. Sua elevação à categoria de cidade ocorreu em virtude de Lei Provincial nº 1.612, de 21 de agosto de 1874. Logo após a proclamação da República em 1889, foi nomeado o seu primeiro intendente, Cel. Celso Ferreira Lima Verde. O primeiro prefeito municipal foi nomeado em 1914, Cel. José Adolfo de Oliveira. O segundo prefeito foi Eduardo de Lavor Paes Barreto, de 1915 a 1917. Um fato curioso na política local é que na primeira eleição para o cargo de prefeito por voto direto, em 1926, o segundo colocado assumiu o cargo a partir de 1 de dezembro. Concorreram ao cargo Manoel Carlos de Gouvêa (344 votos) e o industrial Otaviano Jaime de Alencar Benevides (542 votos), este considerado inelegível, assume o cargo Gouvêa até a data de 14 de agosto de 1928.
Iguatu destacou-se ao longo da história do Ceará por está ao lado da Estrada das Boiadas, e depois como importante centro produtor de algodão, mas o grande impulso econômico se deu com a expansão da Estrada de Ferro de Baturité até a cidade do Crato. A estação ferroviária de Iguatu foi inaugurada a 5 novembro de 1910. Isso resultou no impulso da economia local com a instalação de hotéis, usinas de beneficiamento de algodão e casas comerciais e a expansão do centro comercial. Com a estação, Iguatu tornou-se o centro econômico da região em detrimento de Icó. Somente a partir de 1910, com o fortalecimento da economia algodoeira a expansão urbana direciona-se para as proximidades da estação ferroviária. O progresso urbano foi tão significativo tanto que em 1925, foi inaugurado o Cine-Teatro Iguatu, considerado à época como o melhor prédio do gênero no interior do Ceará. O aformoseamento urbano verificava-se já pela existência de muitos palacetes e sobrados onde residiam as famílias ricas e influentes na sociedade, principalmente nas ruas Floriano Peixoto, João Pessoa, Epitácio Pessoa e no entorno da Praça da Matriz. Com a expansão da linha ferroviária até o município do Crato, inaugurada a 9 de novembro de 1926, Iguatu recebe um novo impulso na sua economia e nos aspectos cultural e social, pois a ferrovia permitiu a comunicação mais rápida com o Cariri, próspero e importante centro cultural, político e econômico do sul do Ceará.
No município de Iguatu são inauguradas quatro estações de trem (Sussuaruna, Iguatu, Jaguaribe Mirim e José de Alencar), as quais consolidaram a base econômica do município. A estação foi a terminal da linha da EF Baturité até agosto de 1916, quando ela foi prolongada até Cedro, e no ano seguinte, até Lavras. Por isso, os habitantes de Lavras, mais ao sul, tinham de ir até Iguatu para embarcarem. Hoje é uma das estações operacionais da Companhia Ferroviária do Nordeste, atual concessionária do trecho. Segundo Assis Lima, o prédio sofreu grande reforma em meados dos anos 1970, perdendo suas características originais.
Em 2009, o município viu o fim de uma das indústrias de beneficiamento do algodão (CIDAO), que certamente alimentaram os trens para Fortaleza, que transportavam o algodão e o óleo ali produzidos. Foi demolida para dar lugar a um Campus universitário que sedia a Universidade Estadual do Ceará- UECE, a Universidade Regional do Cariri-[16] URCA e o Instituto CENTEC. Seus trilhos e até vagões que existiam até novembro em seus depósitos foram sucateados. Em uma notícia do início de 2009, a afirmação de que o material ferroviário seria mantido ali: "Dentro do projeto feito por Campelo, está a ideia de deixar a linha férrea que passa dentro da área e dois vagões de trem estacionados dentro da CIDAO como forma histórica de preservação da memória das antigas edificações".
Numa região onde os missionários católicos tentaram evangelizar os indígenas, as primeiras manifestações de apoio eclesial provêm desse trabalho. Em 1746 iniciaram-se as obras da primitiva capela, orago que se dedicou a Nossa Senhora Santana, sendo concluída em 1775 e tendo como subordinante a Paróquia de São Mateus (Jucás). A Igreja Matriz Senhora Santana é o único patrimônio arquitetônico do município tombado pelo IPHAN, em 13 de março de 1974. Foi inaugurada e sagrada pelo segundo bispo do Ceará, Dom Joaquim José Vieira, no dia 29 de agosto de 1886, na presença de Padre Cícero Romão Batista. A freguesia, desmembrada da jurisdição anterior, provém do Decreto Provincial de 11 de outubro de 1831 e assentou-se em área central constante de 200x400 braças. Consta como seu primeiro vigário, no período compreendido entre 1832 e 1844, o Padre Vicente José Ferreira.
No dia 28 de janeiro de 1961, o Papa João XXIII editou a bula "In apostolicis muneris" criando a Diocese de Iguatu. Sendo seu primeiro Bispo D. José Mauro Ramalho de Alarcon e Santiago,empossado a 4 de fevereiro de 1962.
O município de Iguatu situa-se a uma latitude 06º21'34" Sul e a uma longitude 39º17'55" Oeste, estando à altitude de 218 metros. Ocupa uma área territorial de 1.029,002 km².O município localiza-se no centro-sul do estado do Ceará, na Região Geográfica Intermediária de Iguatu e Região Geográfica Imediata de Iguatu. Seu território tem como limites as cidades de Acopiara, Quixelô (ao norte), Orós, Icó (a leste), Cedro e Cariús (ao sul), Jucás e Acopiara (a oeste).
Está a uma altitude de 217 metros. As terras do município são de relevo plano suave, com formas ligeiramente entalhadas e altitudes entre 200 e 500 m, resultantes da superfície de aplainamento do Cenozoico; faz parte da denominada Depressão Sertaneja. Os solos são podzólicos, litólicos, solos aluviais e vertissolos.As principais elevações são as serras: do Casquilho, do Esse, do Morais e do Mundo Novo. A vegetação predominante é a caatinga arbustiva densa.
As principais fontes de água fazem parte da bacia do Alto Jaguaribe, sendo elas os rios Jaguaribe, Trussu; riachos como o Carnaúba, Antônico, da Serra e outros tantos. Existem ainda diversas lagoas, destacando-se a do Iguatu (a de maior acumulação d’água natural do estado) e Baú, Barro Alto, Bastiana, do Saco e da Telha. Os principais açudes são: do Governo (Marcio Ferandes), Orós e Trussu.
A pluviosidade no município é de aproximadamente 1 000 milímetros anuais, com chuvas concentradas de janeiro a maio. Com temperaturas que variam, conforme a época do ano e local, de mínimas de aproximadamente 21 °C até máximas de 36 °C. As médias térmicas mensais, no entanto, giram entre 26 °C e 29 °C. O tempo de insolação chega a 3 000 horas anuais. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), referentes ao período de 1931 a 1985 e a partir de 1994 a menor temperatura registrada em Iguatu foi de 13,7 °C em 19 de agosto de 1963 e a maior atingiu 39,8 °C em 12 de outubro de 2003.O maior acumulado de precipitação registrado em 24 horas foi de 153,6 milímetros (mm) em 13 de abril de 1964. A partir de 1961 o mês de maior precipitação foi abril de 2011, com 494,6 mm.
A cidade se desenvolveu com o boom do algodão no Ceará Foi, ao longo das décadas de 1960, 70 e 80, um importante centro produtor de algodão, chegando a cravar sucessivos recordes nacionais de produtividade da fibra
A instalação da Estrada de Ferro de Baturité em 1910 impulsionou a economia da cidade
A cidade se tornou um importante polo de comercialização de algodão
A cidade é conhecida por sua rica herança cultural, com músicos e compositores como Eleazar de Carvalho, Humberto Teixeira e o Bispo Mário Teixeira Gurgel
Iguatu está na lista dos 299 municípios mais populosos do Brasil e dos 9 mais populosos do Ceará. Possui o 10º PIB do Ceará, com um índice de desenvolvimento humano de 0,677. 10º IDH do estado. É a cidade do centro-sul que possui mais cursos de graduação.
Iguatu é considerada cidade pólo de serviços na Centro-Sul do Ceará, sendo um centro sub-regional A. Esse nível é formado no Brasil por cidades de menor porte e com atuação restrita à sua área imediata; exercem funções de gestão elementares.
O município exerce papel de centro regional de comércio e serviços, oferecendo apoio para mais de 10 municípios da região onde se localiza. Sua economia é baseada na agricultura: algodão herbáceo e arbóreo, arroz, banana, feijão, milho; pecuária: bovino, suíno e avícola.
Além de diversas olarias, a base econômica mais antiga ainda encontram-se algumas indústrias, tendo destaques as de ramo calçadista, alimentícia e de transformação de produtos à base de alumínio.